Dilma manda recado para oposição e diz que é preciso saber perder

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Dilma Rousseff presidente reeleita do Brasil
No primeiro ato solene depois das eleições, a presidente reeleita Dilma Rousseff disse que é hora de “desmontar os palanques” e de buscar diálogo. “Há que saber ganhar, como há que saber perder”, afirmou. Sem citar nomes ou casos específicos, a chefe de Estado argumentou que qualquer “ressentimento por parte de quem perdeu” mostra “incompreensão do processo democrático”. Em relação à reforma ministerial, ela disse que fará o anúncio do novo ministro da Fazenda só depois de 17 de novembro, quando voltar da reunião do G-20, na Austrália.

A presidente participou de evento no Palácio do Planalto que reuniu a cúpula do PSD em ato de apoio ao segundo mandato. Em discurso de agradecimento, Dilma comentou o processo eleitoral e ressaltou que ganhar ou perder “faz parte do jogo democrático”. Ela defendeu que não seja construído um muro de divisão entre membros do governo e a oposição. “A atitude do ganhador não pode ser de soberba, de ser o último grito de visão política. Um governo tem de governar para todos, independentemente de qual seja o voto daquele eleitor. Qualquer tentativa de retaliação por parte de quem ganhou ou ressentimento por parte de quem perdeu (a eleição) é uma incompreensão do processo democrático. Criaria no Brasil um quadro caótico, por exemplo, o fato de o presidente eleito por um lado não conversar com o governador eleito do outro”, disse.

Para a presidente, é normal que as diferenças sejam ressaltadas nas campanhas eleitorais, mas, passado esse período, é preciso voltar a unir os partidos em prol do país, sem abrir mão das convicções e posições de cada um. “Se o nosso ritmo era de mostrar as diferenças, agora temos que fazer a trajetória inversa”, disse.

Em uma sinalização de que pretende melhorar a relação com o Congresso, Dilma afirmou que o embate político baseado no diálogo será feito na Câmara e no Senado. “Temos que dialogar com todos os setores. Com os movimentos sociais, com as centrais sindicais, enfim, temos que ter abertura. E o espaço privilegiado de articulação política é o Congresso.”

Reforma A presidente afirmou ontem que anunciará o novo ministro da Fazenda depois da reunião do G-20, prevista para 15 e 16 de novembro, na Austrália. “Ainda não escolhi”, respondeu ao ser questionada sobre o substituto de Guido Mantega. Segundo ela, a reforma ministerial se dará “por partes”. Ontem, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, confirmou que voltará ao Senado no ano que vem, mas que ainda está “conversando” com Dilma sobre a saída.

Em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira, Dilma expressou a vontade de que o governador da Bahia Jaques Wagner (PT) assuma a Casa Civil, no lugar de Aloizio Mercadante (PT). Para Mercadante, as alternativas seriam o Ministério do Planejamento ou um cargo no BNDES.

Na semana passada, a ministra Miriam Belchior declarou que estava cansada de estar à frente da pasta há oito anos. Uma da definições é que o ministro das Relações Institucionais Ricardo Berzoini (PT) assumirá, no próximo governo, o Ministério das Comunicações. O comandante da Saúde, Arthur Chioro, deve permanecer no cargo.

Outro petista que deve assumir uma pasta de prestígio é o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Derrotado na tentativa de se reeleger, ele é cotado para o Ministério da Justiça. À frente da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho deve deixar o primeiro escalão e assumir um cargo no PT para ajudar na reorganização do partido
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Troca de letras Ontem, o líder do PSD, Gilberto Kassab, se disse “parceiro” da presidente e Dilma deixou claro que a sigla fará parte do primeiro escalão a partir de 2015. “Gostaria muito de dizer que o PSD é um integrante do meu governo, é protagonista. Isso significa não só o apoio passivo, mas agente ativo”, afirmou a chefe de Estado, após cometer um ato falho chamando o PSD de PSDB. Ao perceber a gafe, ela fez um comentário bem-humorado. “Vocês poderiam ter ficado sem essa. E eu também.”

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