A Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanha o caso, que pelas características está sendo considerado como tráfico humano. "Seria uma forma de a pessoa, o agenciador, iludir, prometer, favorecer que uma pessoa possa, com o fruto do seu trabalho, ganhar muito dinheiro", explicou Ricardo Melo, presidente da Comissão. João Cruz está desaparecido desde fevereiro do ano passado. Segundo a família do jovem, ele foi levado por Marcilon Lobo, que se identificou como olheiro do Paysandu, e na época, prometeu trazer o adolescente para jogar futebol na capital paraense. Depois disso, Marcilon não entrou mais em contato com a família de João, que procurou a polícia. "É muita saudade, queria ele aqui, para poder abraçar ele", disse Geiziara Barros, irmã. Na época, um inquérito chegou a ser aberto para investigar o caso. Mas a família cobra mais empenho da polícia. "Eu procurei o conselho tutelar, procurei a delegacia da infância e juventude, procurei até a [polícia] federal. Aí eles falaram que como não tinha endereço fixo, não podiam fazer nada", disse a mãe do jovem, Adriana Cruz. Segundo a família do adolescente, ele teria passado pelos estados do Maranhão, Piauí e Goiás. O delegado Fabiano Amazonas faz um alerta aos pais e orienta para que fiquem atentos a propostas duvidosas. "O primeiro cuidado é saber sobre a pessoa que está entrando em contato com o adolescente e com a família. Quem é, se existem outros contratos, se existem outras pessoas que estão sendo contratadas também, procurar manter contato com as entidades que essa pessoa se diz representar. E saber, se vai, qual o destino, que dia vai, aonde vai ficar", disse. O Paysandu informou que Marcilon Lobo não tem qualquer ligação com o clube e que a seleção de jogadores em outros municípios do estado é feita pela categoria de base. Quem tiver informações sobre o caso deve ligar para 181. Fonte: G1 Pará |