Mulher de 20 anos teria comercializado o bebê por R$ 7,8 mil, em Morrinhos.
Supostos compradores estão foragidos; criança está com Conselho Tutelar.
Do G1 GO |
Uma jovem de 20 anos foi presa em flagrante em um hospital de Morrinhos, a 125 km de Goiânia, suspeita de tentar vender o próprio filho recém-nascido para um casal. De acordo com a Polícia Civil, a mão biológica havia acordado um valor de R$ 7,8 mil - incluindo o parto - pelo bebê, dos quais ela já teria recebido R$ 5,8 mil.
Segundo informou ao G1 o delegado da Polícia Civil de Morrinhos, Rilmo Braga, a prisão da jovem aconteceu na segunda-feira (29). Ele conta que o casal suspeito de comprar o bebê seria dono de uma garagem de carros em Goiatuba, no sul de Goiás. Eles estão foragidos. Inicialmente, para despistar a polícia, o parto seria realizado no Mato Grosso. Mas por conta de complicações, a jovem, que também mora em Goiatuba, acabou indo para Morrinhos.
A polícia descobriu a negociação quando a mulher deu entrada em um hospital particular da cidade para dar à luz, no último domingo (28). De acordo com as investigações, ela chegou à maternidade sem documentos, mas se apresentou com o nome da suposta mãe compradora. Ela também apresentou como pai o homem que teria comprado a criança.
"Chamou a atenção que ela titubeava em algumas informações e que o parto dela, no valor de R$ 2,3 mil, havia sido pago de forma antecipada e à vista. Uma enfermeira desconfiou e avisou o Conselho Tutelar, que por sua vez, acionou a polícia. Investigamos e a própria mãe da suspeita nos confirmou que ela havia comercializado a filha", descreveu o delegado Rilmo Braga.
Parcelado
Segundo o delegado, a moça confessou que além do pagamento do parto, ela já tinha recebido de forma parcelada, R$ 1,5 mil em espécie, mais uma motocicleta no valor de R$ 2 mil, totalizando R$ 5,8 mil. O acordo previa que a mãe ainda receberia mais R$ 2 mil, totalizando o valor de R$ 7,8 mil.
A mulher foi autuada e presa pelos crimes de comércio de recém-nascido, previsto no Estatuto de Criança e do Adolescente (ECA) e por falsa identidade. Se condenada, ela pode pegar até cinco anos de prisão. O casal que compraria a criança será indiciado pelos mesmos crimes.
Conforme explica Rilmo Braga, a o bebê está aos cuidados do Conselho Tutelar de Morrinhos. O pai da criança seria um jovem de 17 anos, que já tem um outro filho com a mulher e que mora com ele. Em depoimento à polícia, ele negou que soubesse do plano da namorada de vender a bebê.